quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sobre Porcos... Aqueles Malditos!

A Revolução dos Bichos foi um grande choque para mim. Primeiramente por quebrar a minha esperança, transferida para os bichos, de que poderia haver, quem sabe, um dia, uma real sociedade de igualdade e de respeito. Não que eu seja uma comunista, ou acredite no que o socialismo pode trazer para os dias de hoje, que é nada mais do que nada. Mas porque eu acredito no respeito e vejo que cada um pode ter o que for, respeitando o outro e o meio em que vive, podemos ter um ambiente saudável, mesmo onde um tenha mais que o outro. Mas essa é apenas uma reflexão maluca que nada vale, já que o ter geralmente não está relacionado ao respeito.

E depois, por saber que o choque não seria grande se estivéssemos falando de seres humanos. A falta de decepção com gente me choca... Eu não consigo mais me surpreender com as pessoas, eu nunca duvido que alguém sempre pode fazer alguma coisa terrível. Para mim isso é ser descrente e na medida em que sou descrente das pessoas, no posso crer?
A Revolução dos Bichos, é um relato da história do homem, do confronto, da batalha, da conquista do outro. A que custo? Essa pergunta é tão cliché, que nem vou me dar ao trabalho de respondê-la. Acho mais interessante: de que forma? Bem, alguns lutam, outros exploram, outros conversam e convencem. Essa última foi a minha preferida. Me vi sendo um cavalo nessa história toda. Alguém que luta por algo que acredita, mas que na verdade só está lá sendo a peça do quebra cabeça de alguém. Ou um ovelha, que aprendeu que é assim e assim será a vida inteira.

Pesquisando um pouco mais sobre George Orwell, encontrei Eric Blair, seu nome verdadeiro, e entendi de forma quase didática a visão do autor sobre a revolução e a guerra. Sua experiência com a Guerra Civil Espanhola, consequentemente a Segunda Guerra Mundial e o movimento Marxista levou para Eric uma clareza, uma vivência e uma razão da situação que lhe proferiram os argumentos necessários para que através de uma visão anarquista, ele questionasse as razões, os meios e os fins pelos quais se lutavam nas guerras do período. Após passar boa parte da sua vida fugindo e escrevendo sobre o que via de forma crítica, Eric nos deixou um legado, um questionamento e uma inquietude. A história se repete. O que fizemos para mudar? Como vamos mudar, se no final das contas a história sempre se repete?

É quando eu penso novamente do que se trata o respeito. Na verdade, agora vejo que o respeito existe sim. É que ele é um pra cada um, o meu respeito é diferente do respeito do outro. E assim continuamos, cada um com o seu respeito.